Depois de Erick Jacquin, Paola Carosella e Helena Rizzo, queijo do interior paulista conquista o Mondial du Fromage
Pode parar de dizer que ricota é sem graça. A feita pela Búfala Almeida Prado, na cidade de Bocaina, no interior de São Paulo, é cremosa e adocicada. Com pouco sódio e pouca gordura, não esfarela. Não à toa, levou medalha de ouro no Concurso Internacional de Produtos da 6ª edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, principal evento queijeiro da França.
Preconceitos à parte, mesmo antes da fundação de Roma, já existia ricota na região da Campânia, na península italiana. Originalmente, era um derivado do soro de leite extraído da autêntica mozarela de búfala, que voltava a ser cozido (daí o nome, “ricotta” significa recozido) e servia de base alimentar para a gente no campo, junto ao pão e à polenta.
Até hoje faz parte do dia a dia de muito italiano – é sobremesa caseira com um pouco de chocolate em pó ou mel, é entrada com um fio de azeite, tomate e sal. Pela suavidade é aquele curinga na culinária que se mistura sem frescuras com verduras, castanhas e embutidos e assim dá vida a um sem-fim de receitas.
Na Búfala Almeida Prado, os processos ancestrais são preservados. O fato dela ser feita com o soro do leite fresquíssimo garante seu sabor delicado, de um ligeiro dulçor, quase abaunilhado. Além disso, o mestre-queijeiro Filipe Paulino não hesita em adicionar um pouco próprio do leite da fazenda.
Vale dizer que o leite das búfalas é do tipo A2A2 e, portanto, de fácil digestão. Em comparação ao de vaca, é mais rico em gordura, cálcio, proteínas, carboidratos e vitaminas. Tabela nutricional à parte, a ricota de ouro encontra-se no couvert do Président, de Erick Jacquin, no recheio de massas de Paola Carosella, Helena Rizzo e Antonio Maiolica, nos cannoli da premiada pizzaria Leggera, no Mozzarella Bar da Casa Bráz e à venda no Emporio Fasano e na Casa Santa Luzia (quilo a partir de R$ 72).

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